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Jornal da RECORD
13-09-2003
Face a este cenário, e a alguma instabilidade que se tem vivido no seio do clube nos últimos tempos, a opinião popular aponta para uma vitória de Roberto Dinamite, que poderia trazer um rejuvenescer ao conjunto vascaíno, mas mesmo o maior ídolo não escapa a críticas, como as deLeví Lafetá, prestigiado jornalista, escritor e administrador de empresas que, em 2001, foi convidado especial da Comissão que investigou os bastidores do Vasco da Gama: "Não dá para entender o retrocesso administrativo de que se fala (...) ao se falar em Roberto Dinamite para a presidência do clube. [...]
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DEPOIMENTO NA CPI DO SENADO
SR. LEVI LAFETÁ – Per fe i to. Lem bro.
O SR. GERALDO CÂNDIDO – Não sei se te mos al gu ma co i sa que pode com pro var. E tem uma si tu a ção que até é in te res san te que é a se guin te: uma pessoa me fa lou que o Zé Mo ra is foi uma fi gu ra tra zi da para o Vas co, ou seja, foi o Eu ri co que, va mos di zer as sim, fabricou o Zé Mo ra is; é uma fi gu ra, foi uma criação do pró prio Eu ri co, e que em um dos do cu men tos do Zé Mo ra is, logo no iní cio, quan do veio para ser o pro cu ra dor do Be be to...
O SR. LEVI LAFETÁ – É. Exa ta men te. O SR. GERALDO CÂNDIDO – ...em um dos do - cu men tos, na par te ba i xa, na mar gem in fe ri or do papel ha via um tim bre es cri to as sim: “Uma vez Fla men - go, sem pre Fla men go.” Quer di zer, o Eu ri co traz o cara para o Vas co para ser um pro cu ra dor do Be be to, e nos pa péis tim bra dos do ci da dão es ta va lá o slo gan “uma vez Fla men go, sem pre Fla men go”. Isso demons tra como são es sas co i sas...É tudo um ne gó cio de ar ran jo com pes so as que nem se quer eram vas ca - i nas, en fim, me pa re ce que não eram. Não sei se V. Sª tem al gu ma in for ma ção so bre isso. O SR. LEVI LAFETÁ – Te nho. Con fir mo isso. Isso é ver da de i ro. E o mais la men tá vel é que o des vio para o ex te - ri or é mu i to gran de e não há um con tro le. Infe liz men te, as pes so as apro ve i tam às ve zes até a ân sia de um jo - ga dor de fu te bol que quer fi car mu i to rico e trans fe rem para o ex te ri or di nhe i ro, guar dam di nhe i ro no ex te ri or, com pram imó ve is no ex te ri or, achan do que não vão ser des co ber tos. Isso é mu i to co mum no fu te bol bra si - le i ro. Qu e ria sa ber, por exem plo, qual é o pa tri mô nio do Sr. Eu ri co Mi ran da aqui no Bra sil. Te nho qua se cer - te za, pelo que vi mos na te le vi são, que exis tem lá, à dis po si ção de les os pa ra í sos fis ca is que to dos es tão ven do aí. Então en ten do que o fu te bol bra si le i ro só vai para fren te se trans for man do em em pre sa, por que aí um só cio fis ca li za o ou tro. Não adi an ta usar es ses ar - ti fí ci os, como já fri sei aqui, e a Jus ti ça di zer “não, abso lu ta men te. Está tudo cer to por que o con se lho fis cal apro vou, o con se lho de li be ra ti vo apro vou.” O SR. GERALDO CÂNDIDO – É um con se lho ma ni pu la do, não é isso? O SR. LEVI LAFETÁ – Per fe i to. O SR. GERALDO CÂNDIDO – Sem ne nhum po - der de de ci são. O SR. LEVI LAFETÁ – Exa ta men te. E se o só cio do Vas co qui ser, pode anu lar as úl ti - mas ele i ções. Bas ta que rer. Ago ra pre ci sa ter co ra - gem, por que re al men te o Sr. Eu ri co Mi ran da não está só. Tem mais gen te que, ló gi co, o aco ber ta por que não vejo nele tan ta cul tu ra para fa zer so zi nho tan ta co i sa. Então o Sr. Eu ri co Mi ran da não está só e está no mo men to de a tor ci da do Vas co exi gir por que estou sen tin do que o pa tri mô nio do clu be a qual quer mo men to pode ser pe nho ra do, di la pi da do por ir res - pon sa bi li da des.
O SR. GERALDO CÂNDIDO – Mu i to obri ga do, Dr. Levi La fe tá e Sr. Pre si den te.
O SR. PRESIDENTE (Alva ro Dias) – Qu e re mos des ta car o va lor des ta con tri bu i ção, da con tri bu i ção do Dr. Hér cu les Fi gue i re do San ta na e do Dr. Levi Lafe tá.
Ti ve mos hoje uma amos tra gem da anar quia e da ir res pon sa bi li da de da ad mi nis tra ção do fu te bol no Bra sil. A es tru tu ra ad mi nis tra ti va dos clu bes é a ar qui - te tu ra da far sa, con se lho de li be ra ti vo é far sa; con se - lho fis cal é far sa; ins tru men tos a ser vi ço da mis ti fi ca - ção, ofe re cen do a ne ces sá ria co ber tu ra para ati vi da - des ilí ci tas que im pli cam em cri mes con tra a Ordem Tri bu tá ria Na ci o nal, con tra o sis te ma fi nan ce i ro na ci o - nal, pro por ci o nan do eva são de di vi sas, so ne ga ção de co ber tu ra cam bi al, so ne ga ção fis cal, la va gem de dinhe i ro, en ri que ci men to ilí ci to, apro pri a ção in dé bi ta. Evi den te men te, esta CPI tem uma ár dua missão, que é a de ofe re cer um di ag nós ti co pró xi mo da re a li da de, por que exa ta men te em fun ção da ar qui te - tu ra da far sa não che ga re mos de for ma ab so lu ta à re - a li da de do que ocor re no sub mun do do fu te bol bra si - le i ro. Mas a mis são, o de sa fio, é che gar pró xi mo da re - a li da de, na es pe ran ça de pro mo ver mos uma rup tu ra em re la ção a essa prá ti ca ir res pon sá vel da ad mi nis - tra ção do des por to na ci o nal e, so bre tu do, como to dos nós de se ja mos, es pe ci al men te o Se na dor Ge ral do Althoff, Re la tor des ta Co mis são, ne go ci ar mos uma le gis la ção que pos sa vi go rar o mais ra pi da men te pos - sí vel al te ran do esse ce ná rio, mu dan do a fo to gra fia do fu te bol des te país com um cho que de mo ra li za ção, que é o que re al men te es pe ra toda a po pu la ção bra si - le i ra. É pre ci so uma le gis la ção, re pi to, que pos sa sig - ni fi car Lei de Res pon sa bi li da de Admi nis tra ti va para o des por to do país, fi xan do pe na li da des ri go ro sas, espe cí fi cas para cada caso, mul ta para de ter mi na do tipo de in fra ção, per da de man da to para ou tro tipo de ilí ci to e pri são para os ilí ci tos mais gra ves que vi e rem a ocor rer. A ex pe riên cia de mons tra que uma le gis la - ção com vi si bi li da de e ri gor terá fun ção pe da gó gi ca ca paz de aler tar e in ti mi dar, a fim de que os abu sos que hoje são pra ti ca dos im pu ne men te pos sam ser con ti dos. Enfim, uma le gis la ção que re ti re da clan des -
DEPOIMENTO NA CPI DO SENADO, ANO 2001
Depoimento do Sr. Levi Lafetá, ex-Conselheiro do Clube de
Regatas Vasco da Gama, ocorrido em Brasília, no dia 21 de fevereiro de
2001, perante a Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a
investigar fatos envolvendo associações brasileiras de futebol.
O Sr. Levi Lafetá, 56 anos, é sócio do Clube de Regatas Vasco da
Gama há 36 anos. Foi candidato à presidência em 1985, época em que fez
composição com o Sr. Antonio Calçada com a finalidade de derrotar o Sr.
Eurico Miranda, terceiro candidato naquele ano. Esperava receber o cargo de
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vice-Presidente de futebol oferecido ao Sr. Eurico Miranda pelo Presidente
eleito.
Ele acredita que o processo eleitoral do Vasco da Gama não é
democrático. O estatuto do clube, segundo ele, é uma farsa e, em todo
momento, é desrespeitado pela diretoria. Os eleitores são forçados a votar em
determinado candidato, muitas vezes recebem cheques da Tesouraria do Clube
para quitarem as contribuições em atraso e, assim, ganham a habilitação para
votar. Mesmo quando acionado, o Poder Judiciário não age porque as
decisões da diretoria foram ratificadas pelos conselhos da Instituição.
O Sr. Levi Lafetá fez conhecer que, enquanto Conselheiro do Clube,
não aprovou nenhum balanço, e, desde 1982, tem impetrado ações na justiça
para descobrir para onde vai o dinheiro das vendas de jogadores.
Revelou que o Sr. Eurico Miranda sempre se faz acompanhar pelas
seguintes pessoas: Sr. José Leopoldo Felix de Sousa, Dr. Paulo Reis - que
costuma desempenhar, na diretoria, várias funções ao mesmo tempo -, Sr.
João da Silva – eterno Presidente da Assembléia Geral -, Sr. Geraldo Teixeira,
Sr. Marcos Antônio da Purificação e Dr. João Carlos Ferreira.
Admitiu que tem ocorrido utilização de caixa dois no Clube desde
1979, quando a União Vascaína foi vitoriosa. Segundo ele, ninguém toma
providências e a própria Justiça alega que o estatuto do Clube está sendo
respeitado.
CONFIRA:
Publicado em sábado, 28 de outubro de 2000 às 00:17 Histórico
Ex-conselheiro 'entrega' Eurico Miranda
Da Redaçao
Com Agências
Com Agências
Um advogado carioca e ex-conselheiro do Vasco denuncia: o clube carioca mantém 'caixa 2' para encobrir parte do dinheiro das negociaçoes. Levi Lafetá acusa Eurico Miranda de enriquecer com negócios ilícitos no esporte. Ele é conselheiro do Vasco e foi advogado de Bebeto na época da transaçao para o La Coruña, em 1992. Além de acusar Eurico Miranda e o Vasco, Lafetá enviou ao Senado a cópia da ata da reuniao - de 5 de janeiro de 1994 - do Conselho Deliberativo do clube.
Consta da ata que o presidente da diretoria administrativa, Antônio Soares Calçada, instruiu o contador para colocar à disposiçao do Conselho toda a documentaçao do clube, até extratos de contas correntes e dados "extra-caixa" - nome que eles criaram para o "Caixa 2", segundo Levi.
O senador José Eduardo Dutra (PT-SE), da CPI do Futebol, viu o documento e disse que tudo precisa ser investigado. "É lógico que tem de ser comprovada sua veracidade, mas isso pode explicar o porquê do Eurico Miranda batalhar tanto para que a CPI nao investigue o Vasco. É mais um motivo para que ele venha depor na Comissao", sugere.
Dutra lembrou que a ata pode significar o primeiro passo para a quebra dos sigilos bancários do Vasco e de Eurico Miranda. "Temos de investigar a fundo. Já existem indícios de irregularidades", afirma o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT).
Levi está disposto a ir à CPI para detonar denúncias contra Eurico. "Ele começou como preparador físico e está com uma fortuna absurda, adquirida com negociaçoes de jogadores", acusa. O advogado disse que a primeira vez que Eurico ganhou dinheiro com transaçao de atletas foi quando Dunga passou pelo clube, em 1987. "Sou sócio do Vasco e, um dia, perguntei para ele onde estava o dinheiro da venda de Dunga. Nao obtive resposta", garante.
Levi participou da transaçao condenada pelo BC em que o Vasco vendeu o passe de Bebeto para o La Coruña. Segundo o advogado, o Vasco lucrou US$ 2,5 milhoes, mas declarou à CBF e à Receita Federal apenas a metade.
Na quarta-feira, o deputado reagiu ao requerimento aprovado pela CPI pedindo seu depoimento. "Nao vou. Isso é um problema sexual do presidente da CPI do Senado e de alguns membros", reagiu.
Eurico será um dos alvos principais da CPI do Senado. Vários membros estao interessados em uma devassa nas contas do dirigente e do Vasco. Líder de uma tropa ligada a clubes e Federaçoes, Eurico barrou a investigaçao dos clubes na Câmara. No Senado, porém, a situaçao parece bem diferente.
NA CPI, EM 2001
Adversários de Eurico Miranda deixam de depor
Dois ex-presidentes do Vasco não compareceram na CPI do Futebol
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Da Agência Folha – Brasília, DF
Dois de três adversários do presidente do Vasco, deputado Eurico Miranda (PPB-RJ), que iriam depor ontem na CPI do Futebol desistiram e não estiveram no Senado.
O ex-conselheiro do clube Ivon Bernardo Morgado enviou à comissão um atestado médico para justificar sua ausência. João Manoel de Almeida, sócio do clube, mandou uma justificativa à comissão avisando que não poderia comparecer. De acordo com a CPI, ele alegou estar com problemas de saúde.
Com as desistências, só restou o depoimento do ex-presidente do clube Agathyrno da Silva Gomes, que começou no final da tarde de ontem.
Integrantes da CPI suspeitam que as desistências possam estar ligadas a pressões feitas por Eurico Miranda e seus aliados, mas não há provas disso.
Os dois haviam se oferecido para falar aos deputados da comissão sobre denúncias contra Eurico Miranda.
Na carta enviada à CPI, Morgado voltou a fazer críticas a Eurico Miranda e disse que se dispõe a depor em outra data. Os senadores não descartaram a possibilidade de Almeida ser chamado novamente.
Agenda
Amanhã deverá depor na CPI o ex-conselheiro Levi Lafetá, que foi procurador do jogador Bebeto. Ele deverá apresentar denúncias contra Eurico Miranda envolvendo supostas irregularidades na venda do jogador para o La Coruña. Também presta depoimento Hércules Santana, ex-conselheiro do Vasco.
Eurico Miranda é suspeito de enriquecimento ilícito e de irregularidades no recebimento de um cheque de US$ 110 mil, supostamente descontado sem registro da operação cambial nem do ingresso dos recursos na contabilidade do Vasco.
Ontem, o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, requisitou ao STF (Supremo Tribunal Federal) a abertura de inquérito criminal contra o deputado por indícios de prática de crimes contra o sistema financeiro nacional, contra a ordem tributária e de lavagem de dinheiro.
As primeiras providências recomendadas, após a instauração do inquérito, são o indiciamento do deputado e a quebra do sigilo bancário dele e de sua mulher, Sylvia Brandão de Oliveira Miranda, a partir de 1995.
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